Sou Pretendente a Adoção

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Me chamo Angela Souza tenho 42 anos e sou pretendente a adoção  : ) 

Há pouco tempo atrás me dei conta de que sou uma pretendente a adoção, mas não penso que este adjetivo foi conquistado no momento em que decidi participar da primeira palestra na Vara de Infância, eu realmente me vi uma pretendente à Adoção, recentemente, no momento em que entendi que a maternidade pela via adotiva não tem como objetivo principal  encontrar crianças para pessoas como nós que queremos maternar e sim encontrar famílias para crianças e adolescentes que se encontrem fora do convívio familiar e social. A partir desse ponto percebi que depois de exatos 9 meses realmente me sinto uma pretendente: Alguém capaz de acolher, cuidar e amar uma criança que não tenha laços sanguíneos comigo. 

Se este entendimento tornou minha caminhada mais fácil? Em partes, não! Não é fácil depois de ter entregue os documentos na Vara e ter acesso ao seu numero de processo e  semana após semana você olhar e ver que nada mudou, que a última atualização  se deu em julho de 2020 e de lá pra cá nada aconteceu. Por que tanta demora é o primeiro questionamento e uma grande barreira a ser transposta. Como estou transformando isso? A cada encontro virtual do Grupo de Apoio a Adoção entendendo que a espera se faz necessária, que temos trâmites jurídicos que devem ser seguidos e respeitados para que o processo de adoção corra de forma segura, inclusive para nossos futuros filhos. O que antes gerou angústia aos poucos vem dando lugar a preparação, seja ela emocional, física e financeira. Vejo este momento como também sendo de decisão, é nesta fase de nossa caminhada que precisamos definir o perfil da criança que queremos, Será que é fácil?  Em algum momento você já pensou que não necessariamente o que você quer pode ser o melhor para a criança? Eu tenho me questionado muito a respeito disso, afinal estamos fazendo uma escolha que mudará a vida de outra pessoa. Meu primeiro impulso era escolher um perfil de bebê recém nascido, mas aprofundando minha busca por conhecimento neste universo da adoção, em leituras, em lives  e em depoimentos de pessoas que já adotaram, me questionei sobre as minhas reais condições de cuidar e acompanhar um bebezinho que cresce rapidinho e se tornará um adolescente num piscar de olhos. E se por egoísmo eu insistir e não puder dar toda atenção necessária? E se eu estiver tirando a oportunidade dela ter pais mais novos (idade) que possam a acompanhar por um período maior de sua vida. Crianças adotadas podem trazer traumas e serem jovens inseguros por isso a presença de pais até mais que a fase adulta será de grande importância. Esse é o sentido da adoção que venho formando para mim, é pensar na criança como um outro indivíduo que precisa ser respeitado, seja em suas necessidades ou em sua história pregressa. Abri minha mente e principalmente meu coração para aceitar filhos que eu tenha condições (em todos os sentidos)  de adotar por inteiro, penso em ser a mãe do filho real que estará a minha espera. Além da preparação faço deste momento e farei de muitos outros que virão pela frente, um espera otimista e alegre acreditando que na hora certa estaremos juntos e será lindo de viver.

Sugiro com carinho que participem dos Grupos de Apoio à Adoção, não só aquelas duas palestras obrigatórias para o processo, mas façam disso um compromisso sério com a sua preparação. Leiam, Assistam Lives, Encontros de Adoção de outras estados, sigam os Grupos de Apoio à Adoção nas redes sociais e vocês sempre terão assuntos interessantes para assistir, refletir e se emocionar.



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