Meu filho é de cor.

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Vamos iniciar  esta reflexão com um poema escrito por “menina angolana”:

Quando nasci, era preto.

Quando cresci, era preto.

Quando pego sol, fico preto.

Quando sinto frio, continuo preto.

Quando estou assustado, também fico preto.

Quando estou doente, preto.

E, quando eu morrer continuarei preto !

E tu, cara branco.

Quando nasce, é rosa.

Quando cresce, é branco.

Quando pega sol, fica vermelho.

Quando sente frio, fica roxo.

Quando se assusta, fica amarelo.

Quando está doente, fica verde.

Quando morrer, ficará cinzento.

E vem me chamar de homem de cor ?

 

Muitas pessoas adotam “ um filho de cor” ,seja pardo, mulato ou negro. Estes pais, sejam de que cor de pele for, aceitaram esta criança para ser seu filho. Aceitaram ter um filho com características físicas diferentes das suas.

Aceitaram  enfrentar o preconceito, a discriminação, a diferença hierárquica entre as pessoas. Muita coisa mudou  mas o preconceito existe, sim!

Este preconceito não se baseia no comportamento ou habilidades do indivíduo. São práticas condenadas, está na Constituição, é crime mas acontece   e o indivíduo “ de cor” sofre. Adulto sofre. E a criança?

Dependendo da escola que a criança frequentar ela poderá enfrentar apelidos como “cor de cocô” ,”macaco” entre outros. Sofrimento total. Insegurança. Queda de confiança e autoestima. 

Há  crianças , filhas de pais de pele clara que surpreenderam a criança esfregando sabão em pó nos braços para clarear a pele, para sentir-se igual.

Esses pais que adotam um filho “ de cor” terão que estar preparados para lidar com estas situações .Fortalecer o filho diferente da sua genética. Enfrentar as queixas que “ tem cabelo ruim”, fazendo-o entender que este  cabelo é uma marca genética de sua raça e que não precisará ser alisado.

Pais terão que  educar esta criança para que quando for adolescente e adulto   saiba lidar com a sociedade, até com a Polícia. Uma das formas será através da educação familiar , da instrução escolar e fortalecimento   emocional, com vínculos afetivos que lhes tragam segurança.

Pais que aceitam um “ filho de cor” deverão se preparar para este enfrentamento. Vamos lembrar que a alma não tem cor e que o sangue é vermelho ,de todos os povos, de todas raças ,tudo igual. Muda apenas a distribuição do pigmento melanina na pele.



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