Geralmente a mulher que entrega seu filho para adoção é socialmente julgada como “ desalmada”, este entre outros preconceitos. Pertencem às camadas sociais desfavorecidas, algumas jovens ou solteiras ou mesmo abandonadas pelos parceiros, vivendo em famílias desestruturadas, nas ruas, por vezes envolvidas por drogadição.
Nos processos de entrega do filho raramente o genitor aparece. São mulheres sós, sem condições econômicas e psicológicas, vítimas sociais.
A gestação é algo como que determinado para a mulher e sua renúncia é mal vista, seja para as que doam seus filhos como pra as que não desejam gestar. A mulher “ tem a obrigação” de ter amor materno.
Algumas genitoras mais conscientes ou mais informadas entregam legalmente seu filho para as Varas da Infância e da Juventude, porém, há as que abandonam em espaços públicos. Nestes casos o abandono é ato criminoso.As crianças deixadas em lugares perigosos podem perder a vida e as que sobrevivem são acolhidas tornando-se adotáveis,
Estas genitoras são socialmente invisíveis, vítimas de miséria, violência, desemprego. São julgadas insanas mas na realidade são vulneráveis. O filho quase sempre é resultado de uma gravidez indesejada e preferem fazer a entrega legal ou voluntária em vez de deixá-los em lugares de risco. Na entrega legal poderão ser amparadas e a criança irá para uma família habilitada para adoção.
São prejulgadas até mesmo nos ambientes hospitalares onde por vezes são vítimas de atravessadores. São violentadas moral e psicologicamente.
A maioria dessas mulheres são adolescentes ou jovens adultas e com empregos sem grande qualificação profissional ou baixa escolaridade e com relacionamentos ocasionais ou passageiros. Se sentem desamparadas , com medo, solitárias.
Entregam por não terem condições de criar ou porque já tem outros filhos não conseguindo exercer a maternidade de maneira ampla. Não tem apoio, suporte e assistência. Não abortaram.