Papel dos Avós

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A vida atual trouxe mudanças nas famílias e com isso o papel dos avós não são como eram no passado.

Vemos avós assumindo o papel dos pais que por compromissos profissionais contam com a ajuda dos seus pais para cuidarem dos seus filhos. Muitos avós já aposentados, por terem uma renda fixa, embora pequena, ajudam economicamente os filhos desempregados.

Os avós levam os netos para escola, para aulas especiais, apoiam e aprendem a nova tecnologia com os netos. É uma nova realidade social.

Os pais não devem considerar os avós como “babás” dos netos. São disponíveis, brincam e levam a fama de “estragar” as crianças. Dão amor, são pacientes, passam as lições de vida, resgatam as histórias familiares, mas também precisam viver seu tempo de forma plena.

Há exceções: avós ausentes! Dizem que já fizeram a sua parte e fazem visitas ocasionais. Ainda há avós que tem vida profissional ativa e com isso seu tempo é limitado.

Ao avós tem o papel de socializar a família.Com o envelhecimento podem vir comprometimentos com a saúde e o final dos ciclos se fecham. Por isso, tanto os filhos como os netos devem conviver sadiamente com estes seres chamados de “experientes”.

 

Este texto circulou na internet e compartilho por aqui. O autor é Fabrício Carpinejar
“A educação vem dos avós


Os filhos só vão respeitar os pais se respeitaram os avós. Só serão educados, só não farão birra e chantagem, choro e culpa, se souberem conviver com os avós.
Sem o contato com outra geração mais velha, serão apenas mimados e briguentos, farão algazarra na mesa e baterão a porta do seu quarto.
Quem define a educação não são os pais, mas como os pais honram os seus pais e como inspiram os filhos a se comportarem com os pais dos pais.
Esse é o ponto de conversão, o espelho necessário.
Os presentes e os cuidados, os afetos e o tempo concedido não definem um relacionamento saudável de filiação.
Quem é um bom neto será um bom filho. A ordem não pode ser mudada. Porque a criança aprenderá a ouvir aquele que veio antes, a se importar com as lembranças familiares, a obedecer ao ritmo da idade e da calma. Entenderá o que é falar depois de ouvir, o que é amar depois de fazer. Terá paciência para caminhar mais lento e a suportar infinitas versões de uma mesma história. Perderá o egoísmo da pressa. Verá que as pessoas envelhecem e precisam de cuidados maiores. Verá que a gentileza não é uma formalidade, porém um modo de preservar a rotina.
Com os pais, os filhos são direitos. Com os avós, reconhecem quais são os seus deveres.
Nada mais generoso do que assistir televisão com os avós e testemunhar as risadas de piadas incompreensíveis para a nova geração, para se afastar um pouco do celular e reassumir o valor da presença diante da mesquinharia das ilusões. Nada mais terapêutico do que perguntar o que significam palavras antigas.
A avó e o avô funcionam como antídotos contra a gritaria e as ofensas.
Criança que ajuda os avós certamente cederá o lugar no ônibus e carregará as sacolas do supermercado de uma estranha na rua. Pois sempre se lembrará daquele que gosta e tem mais vulnerabilidade.
Filho que apenas fica com os pais é abusivo, mia e chora por qualquer coisa, não obedece, não diz obrigado, cabulam as tarefas, acha que mora num castelo com a obrigação de ser servido e que todo mundo é eterno. Já filho que divide uma noite com os avós conhece o que é saudade e teme a morte.
Não vai colocar a sua vontade em primeiro lugar, já que perceberá a necessidade majestosa dos mais idosos. Manterá em si um pouco do temperamento de enfermeiro e de cuidador por toda a vida. Mesmo que os avós não estejam mais entre nós, existe a memória deles, que permanece sendo uma permanente tutoria.
Foi com os avós que me doutorei no meu silêncio, acompanhando o nono na pescaria e esperando fisgar um peixe durante horas de observação do lago, que descobri o valor de um bolinho de chuva no meio da tarde e a arte de montar a pirâmide de lenha na lareira, que assimilei a importância de vestir um pulôver, tricotado pela nonna, mesmo que seja para caminhar pela sala.
A educação é filha do amor, mas neta do respeito.”



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