A chegada de um novo membro familiar, seja um filho consanguíneo ou pela via adotiva, trará visitantes, curiosos ou participativos que chegarão até em momentos inoportunos. Seja qual for a procedência desse filho haverá necessidade de adaptação entre filho x pais ou pais x filho. O ideal será que os visitantes combinem um horário para visitar.
E as visitas ao filho que chega pela via adotiva? Será preciso mais calma. Esse filho precisará ir conhecendo familiares e amigos aos poucos. Como enfrentará uma multidão de desconhecidos? Será exposto aos curiosos que irão observar, analisar e fazer “ aqueles” comentários inadequados.
Os pais adotivos não devem expor o filho colocando fotos na rede social. Atualmente este meio de comunicação que atinge todas pessoas e poderá acontecer de um familiar deste filho identificá-lo, principalmente se for mais crescido. Há pais que ficam eufóricos com a chega do filho e já divulgam no “ facebook”. Há perigo : será que a adoção dará certo? E se não der?
A família extensa nem sempre está preparada para a vinda desse novo “parente”. Olhares inquisidores ,buscas de semelhanças, perguntas aos pais como “ sabem quem é a mãe”? Por que tão grande ? Não tinha um mais clarinho? Será que vai dar certo?
Muito importante : os pais tem conhecimento da história de vida do filho? Já mencionamos por aqui : a historia pertence aos pais e ao filho .Não divulgar.
Durante as visitas é comum ofertarem presentes. Será bom conversar com amigos e familiares sobre isso. Tudo será bem vindo mas na medida certa .Roupas novas ou seminovas, brinquedos, cadeirinha para o carro, acessórios em geral. Por vezes essa “ ajuda” acontece só no início.
Há pais adotivos que programam as visitas aos poucos. Recebem as pessoas ou levam o filho para que conheçam . Há os que fazem um “ Chá de Filho” para a apresentação. Cada situação é peculiar, depende de cada família, idade do filho e suas condições psicológicas. A história pessoal do filho poderá estar marcada por dificuldades pois sua vida anterior passou por caminhos diversos e nem sempre estão claros para os novos pais.
A porta do amanhã familiar terá que ser conduzida com calma, segurança e doçura. O filho poderá se assustar, não entender e até se sentir ameaçado pelos visitantes.
No aspecto visitas de familiares e amigos podemos pensar também onde os pais levarão o filho para conhecer lugares novos, na própria cidade onde vivia ou se irá para outro município.
Foi acolhido, cuidado numa vida coletiva. Fez passeios promovidos pela instituição ou voluntários, padrinhos, frequentou escola mas sempre de forma grupal. Agora poderá visitar lugares com a nova família e receberá explicações e atenção.
Cada cidade tem suas características e lugares para passeios. Tem aeroporto? Ele conhece escada rolante? Elevador? Já foi ao cinema? Entrou em supermercado e ajudou nas compras? Sabe que existe cartão de crédito? Quanta novidade para aprender. Afinal não é só celular que existe !
Nos passeios será importante chamar atenção para tudo, desde a forma das folhas das plantas, as nuvens, e tudo que servir para estimular. Há criança acolhidas que dormem cedo e nunca viram a Lua passeando no céu.
Algumas crianças aprendem tudo rapidinho e outros que tem assimilação lenta. O papel dos pais é construir,estimular com paciência, persistência, dedicação e amor.
Fonte-“ Gestação adotiova” Hália P. Souza-Ed Juruá—2020—pág 31