O luto ou tristeza profunda é uma resposta que ocorre após alguma perda significativa trazendo reações (emocionais, comportamentais, sociais e físicas), fazendo com que o indivíduo tenha respostas diversas até encontrar a acomodação da situação, isto é, quando aceitar a realidade. Sua duração dependerá da estrutura pessoal dos envolvidos; há os que enfrentam e os que simulam sua aceitação.
Com a descoberta da infertilidade ou esterilidade vem a desilusão, negação, haverá a busca de tratamentos, gastos financeiros, e até possível depressão. Os envolvidos nem sempre gostam de dialogar sobre o assunto.
O processo da elaboração desta etapa passa por situações de isolamento, enfraquecimento emocional, raiva, negação, enfrentamento da indelicadeza, de questionamentos, múltiplas consultas médicas e silêncio. Depois virá a aceitação e adaptação.
A ajuda de um profissional da área psicológica os ajudaria falar sobre seus sentimentos, os aliviaria. É um momento adequado para aumentar a autoestima e pensar em possibilidades.
O luto poderá ser intensificado por questões anteriores, por problemas antigos, bloqueios na juventude, personalidade e a descoberta da esterilidade os fazem reviver situações anteriores de vida. Quando aceitam, elaboram o luto, sentem-se livres.
O luto será elaborado após grande reflexão mental, com ou sem ajuda terapêutica, Alguns têm grande poder de tolerância e aprendem lidar com a situação, reconhecem a existência de novas possibilidades. O aquietamento emocional trará um novo período ocupando o pensamento: e agora? Como seguir a vida? Que caminho tomar? Chegou a hora de escolher uma alternativa possível para continuar a vida.
Não adianta nada se esconder ou esperar a crise passar.Temos que ser realistas, aproveitar as oportunidades (adoção), e descartar os obstáculos, superar, recomeçar, aprender, evoluir, ter atitude.
Se o luto seja ele qual for não for resolvido, ele viverá para sempre. Será necessário reaprender a viver entendendo que a adoção não é um paliativo da infertilidade ou esterilidade.
Lembramos que a adoção não fará o luto desaparecer. Adoção não é remédio!Mas se deseja ter uma família e não consegue pela via natural por que não a formar pela via adotiva?
Se a esterilidade for masculina, em geral o conflito será maior, pois culturalmente o homem é educado para a virilidade. Em alguns casos a mulher passa se considerar superior a ele , o casal que se desestrutura, precisa de apoio.
A gravidez de quem espera um filho pela via adotiva pode durar anos. Tornam-se grávidos de um útero não gestacional. A espera é angustiante, depressiva.
Filho não é a solução e nem serve para acalmar a inquietude. Ele não poderá chegar à família com a responsabilidade de manter um casamento, acabar com a solidão ou monotonia. Será um compromisso para sempre.
As dificuldades que enfrentamos na vida nos tornam fortes ,melhores e também mais humildes e compreensivos.