Em tempos em que se discute o Estatuto da Família, coloco na COLUNA MENSAL alguns comentários:
Nos dicionários encontramos a definição de família como sendo um conjunto de pessoas aparentadas, que vivem na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos.
A família constituída pela adoção é diferente: marido e esposa não são parentes e os filhos que chegam também não. Mas são família !!!!
Frase do papa Francisco sobre família-“ A família é o elemento essencial para todo e qualquer progresso humano e social sustentável”.
Na publicação feita pela CONANDA, (p.108) temos :
“Família refere-se não apenas ao grupo formado pelos pais ou qualquer um deles e seus dependentes, mas, aos diferentes arranjos familiares resultantes de agregados sociais por relações consanguíneas ou afetivas, ou de subsistência e que assumem a função de cuidar dos mesmos”.
As famílias contemporâneas são formadas por um casal tradicional, ou só pai, ou só mãe, ainda pai-pai ou mãe-mãe, nestes casos por adoção. O importante será o pertencimento do filho e a construção de sua identidade individual e social. Estas novas configurações familiares rompem com o fator consanguíneo e se estabelecem alianças numa parentalidade afetiva. É a família eudemonista, isto é ,busca a felicidade nos laços de afeto.
Barros,S.R. in Cápua (p. 54) trata desta questão do afeto: ”Da família ,o lar é o teto, cuja base é o afeto. O lar sem afeto desmorona ,nele a família se decompõe. Por isso o direito ao afeto constitui – na escala da fundamentalidade – o princípio dos direitos humanos operacionais da família, seguido pelo direito ao lar, cuja essência é o afeto”.
A família nuclear mudou. Aquela tradicional que transmitia a vida, o nome patronímico e mantinha um patrimônio se transformou e atualmente vale é o sentimento de “pertencer” á uma família. Vemos ainda a grande procura por casais desejando tratamentos revolucionários, fertilizações assistidas devido a valorização da família consanguínea.
A família é um conjunto de atores que formam um ninho ou um núcleo fundamental da sociedade. O ideal seria que este grupo fosse capaz de proteger, cuidar, apoiar e desenvolver o potencial de seus filhos, o que nem sempre acontece.
O grupo familiar é um espaço ideal para a criança aprender, crescer, resolver suas necessidades e receber o nutriente afetivo para ser feliz. É também um lugar onde ocorrem conflitos e se somam incompreensões se tornando uma referência imperfeita para os filhos.
A felicidade familiar está na simplicidade, nos momentos especiais, numa conversa, tudo em pequenas doses diárias. Nada é contínuo. São períodos ocasionais que devem ser aproveitados com tranquilidade .Sorrir . Abraçar. Ter rituais particulares, muito companheirismo e cumplicidade.
Vamos pensar no filho que chega na família pelo processo adotivo. Nesta família irá formar sua nova hereditariedade social ou ambiental. Será o lugar onde deverá superar o abandono sem que este seja negado. É o lugar de conquistar dignidade.
A família irá transmitir sua cultura, estimular, colocar estímulos vindo pelos pais ou parentes. Uma criança não é adotada por uma ou duas pessoas mas por uma família toda. O filho será plasmado pelos familiares e ali será inscrito na linhagem ascendente e descendente..
Para que haja sucesso no relacionamento familiar, entre os pais e os filhos será necessário
- Que estes pais vivam bem, sejam companheiros e cumplices na sua vida conjugal (sejam heteros ou homoafetivos);
- Que usem a mesma linguagem na comunicação com os filhos.Um diz sim outro diz não e a criança fica confusa.Entrem num acordo antes;
- Sejam claros e afetivos;
- Disponham de uma presença familiar de qualidade;
- Brinquem com os filhos pequenos;
- Usem do diálogo franco e amistoso;
- Aproveitem a criança enquanto ela é criança. O tempo passa, eles crescem e deverão seguir suas vidas tal qual os pais fizeram.
- Boa Sorte !
Referências:
Cápua,V.A (2009)-“ Adoção Internacional-procedimentos legais”-Juruá.
Conanda-CNAAS (2009)-“ Orientações Técnicas-Serviço de Acolhimento para Crianças e Adolescentes”-Brasília.
Pauliv de Souza-“(2015)-“ Pós-Adoção”-Juruá